Instituto Pensar - Mesmo ?sem bola de cristal?, Mourão diz que Ernesto Araújo pode ser trocado

Mesmo ?sem bola de cristal?, Mourão diz que Ernesto Araújo pode ser trocado

por: Nathalia Bignon


O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado ? (Foto: Reprodução)

Em crise política depois que o entrave diplomático com a China expôs o fracasso da articulação diplomática do Brasil, o chanceler Ernesto Araújo poderá ser trocado na reforma ministerial que deve ocorrer após as eleições para as presidências da Câmara e do Senado, na segunda-feira (1º).

A sinalização foi dada pelo vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), nesta quarta-feira (27), ao ser indagado sobre a situação do ministro das relações exteriores. Araújo se tornou alvo de críticas nacionais e internacionais por causa das dificuldades para trazer vacinas da Índia e insumos para imunizantes provenientes da China, país sucessivamente atacado por ele e outros ministros de Jair Bolsonaro (sem partido).

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Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Mourão fez uma série de ponderações de que não tem participado das discussões sobre troca de ministros, mas sinalizou a saída do chanceler como uma possibilidade. Resta saber se o sentimento crescente de desconforto com a figura de Ernesto entre militares e setores do Itamaraty resultará em sua demissão por Bolsonaro.

"Não resta dúvida que tem alguns ministros que são destaque inconteste pela sua capacidade gerencial e sua visão estratégica. Não preciso citar nomes. Mas o caso específico que você colocou [Ernesto Araújo], na questão das Relações Exteriores, isso é algo que fica na alçada do presidente, né? Eu acho, julgo, não tenho bola de cristal para isso, nem esse assunto foi discutido comigo, que, num futuro próximo aí, após essa questão das eleições dos novos presidentes das duas Casas do Congresso, poderá ocorrer uma reorganização do governo para que seja acomodada a nova composição política que emergir deste processo?, disse Mourão.

"Então, talvez, nisso aí, alguns ministros sejam trocados e, entre eles, o próprio das Ministério das Relações Exteriores. Então, prefiro aguardar. Até porque esse assunto não foi discutido comigo em nenhum momento, e tudo o que eu puder falar aqui será pura especulação?, concluiu.

Adeus a Araújo e aceno a Temer

Na semana passada, houve rumores entre diplomatas brasileiros de que o ex-presidente Michel Temer poderia ser o substituto de Ernesto, mas a chegada do carregamento de vacinas da Índia ao Brasil pareceram, nos bastidores, dar uma sobrevida ao ministro.

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Nesta semana, porém, parte do núcleo militar do governo passou a dizer que o desconforto com a figura do chanceler havia chegado "ao limite? por causa de seus embates com a China num momento crucial da pandemia e, de acordo com esses militares, a saída de Ernesto havia se tornado inevitável.

As declarações de Mourão nesta quarta foram interpretadas como forma de externar o sentimento que já dominava parte do setor militar e dos técnicos do Itamaraty.

Com informações da Folha de S.Paulo



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